quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O espetáculo Noitada de Samba volta aos palcos após 42 anos da sua estréia que durante mais de uma década sacudiu o Teatro Opinião. Dia 24 de fevereiro, às 20:30h, bambas se encontram no tradicional Cordão do Bola Preta para cantar os grandes mestres do samba, revivendo àqueles momentos inesquecíveis. AGUARDEM NOVIDADES.

Foto: Leonides Bayer e Jorge Coutinho responsáveis pelo sucesso da Noitada do Teatro Opinião

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Belas Palavras

Noitada de Samba Foco de Resistência foi selecionado para a Mostra Competitiva do Festival do Rio e que fica o agradecimento a todos que participáram desta empreitada. Um deles Luis Carlos de Alencar,querido amigo/perceiro e da brava equipe "Noitada" escreveu este lindo texto que por pouco não me matou de emoção. Valeu!!!
“Olá para todos e todas,
gostaria de aqui vos comunicar com imenso prazer e entusiasmo, que o documentário "Noitada de Samba Foco de Resistência", de Cély Leal, amiga nossa também dessa lista, acabou de ser selecionado para a Mostra Competitiva de Documentários do Festival do Rio.
Façam o favor de dar os devidos parabéns para essa pessoa que muito lutou pelo parto do "bebê" e que merece debutar com os maiores louros.
"Noitada de Samba" com sua história por trás das câmeras é a ratificação da mais esclarecedora definição que o cinema já recebeu: o cinema é um campo de batalha – amor… ódio… ação… violência… morte… – numa palavra: emoção. Foi o que disse o cineasta genial Samuel Fuller.
Desejo - e irá acontecer - que tudo o que foi vivido, sofrido, pelejado, teimado e conquistado na feitura desse filme abrilhante as telas do país e do mundo com o registro de um dos momentos mais importantes da música popular brasileira. Mais detalhes: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q="noitada+de+samba"&aq=f&aqi=g1&aql=&oq=&gs_rfai=
Cely, além de ter realizado o filme, foi parte integrante da equipe do Noitada de Samba, à época de sua realização. Testemunhou o surgimento de gente do quilate de Lecy Brandão, Mariúza, Martinho da Vila, Arlindo Cruz. Por ali também passaram Candeia, Monarco, Xangô da Mangueira, Clementina de Jesus, Clara Nunes, Luiz Gonzaga, Dona Ivone Lara, Nelson Cavaquinho, e tantos e tantas outras sumidades do samba e da música brasileira.
Parabéns, Cel,
esse será o primeiro de muitos momentos de felicidade que o novo rebento lhe proporcionará.
Beijão,
Luis - agora, mais do que nunca, à espera de nosso tão demorado porre”.

quinta-feira, 8 de abril de 2010


“ O mundo inteiro estava de pernas pro ar naquele ano de 1971. Em maio, 500 mil pessoas se concentraram em frente à Casa Branca para protestar contra a Guerra do Vietnã. Pela primeira vez, a sociedade levantava a voz contra o morticínio que dizimou os sonhos e as vidas de quase três milhões de jovens norte-americanos. Dois anos depois, Richard Nixon anunciou a suspensão das operações ofensivas dos EUA na Ásia.”

Texto extraído do livro “Noitada de Samba – Foco de Resistência”, texto de Marcia Guimarães

segunda-feira, 29 de março de 2010

“A Marcha de Quarta Feira de Cinzas, de Carlinhos Lyra e Vinicius de Morais, gravada por Jorge Goulart em 1963 renascia em 1971, de quinta a domingo, no Teatro Opinião, com a montagem do show “E no Entanto é Preciso Cantar”, produção de Coutinho e Bayer marcando a passagem dos sete anos do antológico show que levara o nome do Teatro: Opinião. E como se cantou, naquele ano, na imortal “Festa para um Rei Negro”, o refrão inesquecível que Zuzuca criara para o samba-enredo do Salgueiro: “Olé-lê, ola-lá/ pega no ganzê/pega no ganzá...”

Extraído do livro “Noitada de Samba – Foco de Resistência”, texto de Marcia Guimarães

quarta-feira, 24 de março de 2010

“Eram tempos de sussurros, de cortes velados, de sobrevivência a qualquer preço. Rafael de Carvalho, ator, escritor e repentista de voz possante, que em 66 se destacara em Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha, tinha sido preso no temível Cenimar, Centro de Informações da Marinha, considerado o mais eficiente órgão de informações militares durante a ditadura. Tempos depois, Bayer, Vereza, Fábio Sabag e Gugu Olimecha – presidente do Sindicato dos Artistas - foram tirá-lo da prisão Sem trabalho, o ator arranjou uma kombi e passou a viver de frete para defender algum dinheiro. A ordem era “se virar”.

Extraído do livro “Noitada de Samba – Foco de Resistência”, texto de Marcia Guimarães

sexta-feira, 19 de março de 2010

“1971 - O ano começara com um urra! de vitória dos guerrilheiros da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que em dezembro de 1970 haviam sequestrado o embaixador suíço Giovanni Enrico Bücher. Finalmente, em janeiro de 1971, após 40 dias de negociações tensas, o Governo Militar engoliu a libertação de 70 presos políticos confinados no Presídio da Ilha das Flores. Mas a derrota imposta pelos jovens da VPR seria cobrado, com juros e correção monetária, em sangue e barbárie. No dia 13 de janeiro de 1971, o general Emilio Garrastazu Médici assinou o decreto de banimento de 68 brasileiros, dentre eles Frei Tito, dominicano acusado de ligações com os terroristas e barbaramente torturado pelo delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury.”

Extraído do livro “Noitada de Samba – Foco de Resistência”, texto de Marcia Guimarães

terça-feira, 16 de março de 2010


“O dia 1º de novembro de 1971 amanheceu nublado. Nuvens pesadas escureciam o céu e anunciavam chuva grossa. No Morro da Mangueira, Antenor de Oliveira balançou a cabeça, cheio de maus presságios. Ia ser um aguaceiro só. E ainda por cima, véspera de Finados. “Isso não vai dar certo!” resmungou Cartola, mal-humorado e cheio de preguiça, metido num pijama azul. D. Zica assuntou a umidade do ar, mas não se deu por achada. Tinha muito que fazer. O pessoal do Teatro prometera buscá-la e ao panelão de xinxim de galinha, para a estréia de um novo show em Copacabana.”

Extraído do livro “Noitada de Samba – Foco de Resistência”, texto de Marcia Guimarães

Imagem: Cartaz original do espetáculo, na época denominado Zicartola nº2